Requisitos para exportação na América Latina
A América Latina é uma região cada vez mais atraente para o comércio internacional e expansão. Sua crescente classe média, diversos recursos naturais...
Trinta e quatro anos após sua criação, o Mercosul consolidou um mercado expandido de mais de 260 milhões de pessoas, com benefícios que transcendem o comércio. O bloco regional gera vantagens competitivas para empresas e abre espaços de cooperação entre seus membros afiliados e associados, como a Colômbia.
O Mercado Comum do Sul (Mercosul) foi criado em 1991 pelos países que assinaram o Tratado de Assunção para sua integração econômica e comercial.
Essencialmente, o processo de integração econômica envolve a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre seus membros. Envolve também o estabelecimento de uma política comum em relação a outros países fora do tratado.
Além disso, este acordo facilita a mobilidade de pessoas no que diz respeito a documentos de viagem e residência temporária. Também promove a integração nas áreas de educação, indústrias culturais e direitos humanos. Promove também a troca de experiências relacionadas à segurança cidadã, crime organizado transnacional e treinamento nessas áreas.
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Os Estados-membros do Mercosul são Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A República Bolivariana da Venezuela também é membro desde a sua criação. No entanto, está suspensa desde agosto de 2017 devido a uma cláusula do Protocolo de Ushuaia (1998) sobre Compromisso Democrático.
O Mercosul também tem estados associados, como Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Bolívia. Cabe ressaltar que a Bolívia está em processo de adesão e ainda não possui todos os direitos e obrigações dos demais membros. Além disso, em dezembro de 2024, a República do Panamá solicitou a adesão como Estado Associado.
A Colômbia, como Estado Associado, participou ativamente de reuniões técnicas e especializadas. Essas reuniões, em particular, ocorreram durante as Presidências Pro Tempore do Uruguai (segundo semestre de 2024) e da Argentina (primeiro semestre de 2025). Essas reuniões abordaram temas-chave relacionados a drogas, migração, democracia, desenvolvimento social, gestão de riscos e inclusão digital, entre outros.
O Escritório Nacional de Coordenação para o MERCOSUL da Colômbia participa ativamente do Fórum de Consulta e Coordenação Política (FCCP). Este é o principal fórum para coordenar a agenda política do bloco, apresentar propostas e tomar decisões voltadas ao fortalecimento de suas instituições.
Os Estados Partes comprometem-se a harmonizar a sua legislação com os seguintes objectivos:
• A livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os seus Estados-Membros. Na prática, isso se concretiza por meio da eliminação de direitos aduaneiros e restrições não tarifárias.
• A adoção de uma política comercial comum, principalmente em relação a terceiros países. Isso inclui o estabelecimento de uma tarifa externa comum e a coordenação de posições em fóruns econômicos e comerciais na América Latina e no mundo.
• A coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais para a competitividade dos Estados-Membros. Abrange diversos setores do comércio exterior, como agricultura e indústria. Inclui também aspectos fiscais, monetários, cambiais e de capital. Afeta serviços alfandegários, logística, transporte e comunicações.
O tratado que deu origem ao Mercosul foi posteriormente complementado pelo Protocolo de Ouro Preto, assinado na 7ª Cúpula de Presidentes em Ouro Preto, Brasil, em 1994.
O protocolo concedeu ao Mercosul personalidade jurídica internacional, conferindo-lhe o poder de negociar e assinar acordos com terceiros países, blocos econômicos e organizações internacionais. Assumiu, assim, o status de organização internacional, cuja titularidade é exercida pelo Conselho do Mercado Comum.
Assim, a estrutura institucional era composta por três órgãos decisórios: o Conselho do Mercado Comum, o Grupo Mercado Comum e a Comissão de Comércio. Além disso, havia três órgãos representativos e consultivos: a Comissão Parlamentar Conjunta (atual Parlamento do Mercosul), o Fórum Consultivo Econômico-Social e a Secretaria Administrativa.
O artigo 46 estabeleceu os idiomas oficiais (português e espanhol), sendo o guarani acrescentado em 2006.
As regras do Mercado Comum também se tornaram vinculativas para os Estados-Membros, juntamente com um procedimento para sua incorporação aos sistemas jurídicos nacionais.
Em relação à Tarifa Externa Comum, foram estabelecidas as bases de uma união aduaneira imperfeita. Ela entrou em vigor em 1º de janeiro de 1995.
Antes da assinatura do protocolo, cada estado definiu quais produtos teriam tarifas dentro do Mercosul. Dois setores foram excluídos: açúcar e indústria automotiva. Um grupo de trabalho foi então criado para resolver as diferenças entre os Estados.
A "necessidade de consideração especial para os países e regiões menos desenvolvidos" também foi reconhecida.
O Protocolo de Ouro Preto entrou em vigor em 15 de dezembro de 1995.
O órgão máximo decisório é a Cúpula dos Presidentes. O Mercosul conta ainda com o Conselho do Mercado Comum (CMC), o Grupo Mercado Comum (GMC) e a Comissão de Comércio do Mercosul (CCM).
Independentemente desses órgãos, os Estados Partes também realizam Reuniões Ministeriais Setoriais. E há órgãos de governo, como a Secretaria-Geral, o Parlamento do Mercosul, o Fórum Consultivo Econômico e Social e o Tribunal Permanente de Revisão.
A Presidência Pro Tempore (PPT) é rotativa a cada seis meses, em ordem alfabética, entre os Estados-membros. Ela é transferida durante as cúpulas presidenciais.
O bloco conta com outros instrumentos de grande relevância para o seu funcionamento. O Fundo do Mercosul para a Convergência Estrutural (FOCEM) promove a convergência estrutural, desenvolve a competitividade, fomenta a coesão social e fortalece a estrutura institucional. Da mesma forma, o Instituto Social do Mercosul (ISM) é uma instituição de pesquisa técnica na área de políticas sociais.
Há trinta e quatro anos, o bloco nasceu como uma plataforma para posicionar e integrar as economias regionais ao mundo. Nesse contexto, a Colômbia — como Estado Associado — aproveitou sua integração para fortalecer laços com Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, mesmo sem ser membro pleno.
O Mercosul criou um vasto mercado de mais de 260 milhões de pessoas, com uma Tarifa Externa Comum (TQEC), que impulsionou o comércio intrabloco.
A Colômbia assinou acordos de complementaridade econômica (ACE nº 59 em 2004 e nº 72 em 2017), obtendo preferências tarifárias para exportações para a região. Esses acordos facilitam o acesso dos produtos colombianos aos mercados do Cone Sul e permitem a integração das cadeias de valor regionais.
A criação do FOCEM representou o primeiro mecanismo de financiamento do bloco, visando reduzir as assimetrias regionais. Com contribuições não reembolsáveis (até 85% do custo), financia projetos de infraestrutura e investimento social.
Graças ao FOCEM, por exemplo, foram construídas interconexões elétricas, estações de tratamento de águas residuais e moradias sociais transfronteiriças. Embora a Colômbia não receba os fundos diretamente (por ser associada, não membro), ela se beneficia indiretamente da maior integração logística e energética do bloco.
O Mercosul também avança na integração social e cultural. Existem acordos para facilitar a mobilidade das pessoas. Entre eles, estão a residência temporária e os documentos especiais de viagem, que permitem aos cidadãos circular e viver nos países do bloco com facilidade.
Na educação, promove-se a validação mútua de diplomas universitários. O sistema regional de acreditação ARCU-SUR apoia programas universitários, e o Programa MARCA incentiva o intercâmbio acadêmico para a obtenção de diplomas com acreditação regional. Por exemplo, universidades colombianas participam de projetos MARCA juntamente com suas contrapartes do Mercosul, facilitando estágios e a mobilidade de alunos e docentes. Essas iniciativas fortalecem os laços culturais e acadêmicos com o Cone Sul.
O foco social do Mercosul também se manifesta nos projetos financiados pelo FOCEM. Por exemplo, saneamento de água, acesso a moradia digna e melhorias de infraestrutura em comunidades carentes. Também foram financiados empreendimentos habitacionais de baixa renda e sistemas de água potável em áreas rurais, reduzindo as desigualdades sociais.
Assim, a integração permitiu à Colômbia participar de programas regionais de cooperação social e aproveitar oportunidades de mobilidade e formação profissional dentro da rede do Mercosul.
Politicamente, o tratado promoveu mecanismos institucionais sólidos. Criou protocolos democráticos (Ushuaia 1998 e 2011), estabeleceu o Parlamento do Mercosul, tribunais de resolução de disputas e um Fórum Consultivo Econômico e Social. Isso conferiu ao bloco maior legitimidade e estabilidade política.
Nesse sentido, a Colômbia participa ativamente das reuniões do Mercosul para as quais é convidada. Sob as presidências pro tempore do Uruguai e da Argentina, ocupou cargos de destaque em reuniões técnicas setoriais, onde abordou temas de interesse comum, como o combate às drogas, a migração, a democracia e o desenvolvimento social.
Da mesma forma, a Coordenação Nacional do Mercosul da Colômbia participa do Fórum de Consulta e Coordenação Política (FCCP). Este é o principal órgão de coordenação da agenda política do bloco, permitindo-lhe apresentar propostas e fortalecer seu arcabouço institucional.
Na frente diplomática, a integração à agenda do Mercosul ajudou a Colômbia a articular posições conjuntas em fóruns multilaterais e compartilhar as melhores práticas regionais.
Após três décadas de integração regional, o Mercosul encontra-se em um momento decisivo que moldará suas perspectivas de médio prazo. O bloco regional consolidou um mercado ampliado e uma tarifa externa comum que favorecem a dinâmica intrarregional. Nos próximos cinco anos, planeja expandir essa base e estendê-la ao comércio global. Este é um grande desafio, dado o contexto marcado por tensões geopolíticas e transformação digital.
Uma das perspectivas mais relevantes será a possibilidade de aprofundar acordos de complementaridade econômica com parceiros extrarregionais. Negociações com a União Europeia, Singapura, EFTA e, potencialmente, com países da Ásia-Pacífico podem abrir portas para novos destinos de exportação. Para as PMEs, isso se traduz em acesso preferencial a mercados de alto consumo. Inclui até mesmo a possibilidade de integração em cadeias de valor regionais e globais, com maior previsibilidade nas regras comerciais.
O bloco está trabalhando em iniciativas de digitalização e simplificação aduaneira, essenciais para reduzir os custos logísticos e o tempo de exportação. O progresso em janelas únicas eletrônicas e sistemas interoperáveis entre os Estados-Membros permitirá que as empresas operem com maior agilidade e competitividade. Esses desenvolvimentos, juntamente com a harmonização de padrões técnicos, são estratégicos para expandir o mercado de exportação.
Agronegócio, indústria automotiva, energia e serviços baseados em conhecimento parecem ser os motores da expansão regional. Nos próximos cinco anos, espera-se um aumento nos investimentos transfronteiriços e na complementaridade entre os países. Para empresas de médio porte, esse cenário abre a oportunidade de internacionalização por meio de alianças, joint ventures ou fornecedores integrados às cadeias de suprimentos regionais.
O Mercosul enfrenta o desafio de reduzir as assimetrias internas e gerar maior flexibilidade comercial. Isso é especialmente relevante dada a demanda de alguns parceiros para viabilizar acordos bilaterais fora do bloco. O fortalecimento do Fundo de Convergência Estrutural (FOCEM) e a disponibilização de novas linhas de financiamento poderiam impulsionar projetos de infraestrutura e logística, impulsionando a competitividade de todo o bloco.
O Mercosul tem a oportunidade de se consolidar como um verdadeiro trampolim comercial para o mundo. Empreendedores e PMEs precisarão estar atentos para aproveitar os acordos firmados. Adaptar-se às novas demandas logísticas e digitais e conectar-se às redes regionais de produção serão fundamentais para o desenvolvimento privado.
Nesse contexto, a Colômbia desempenha um papel estratégico como Estado Associado. Sua participação ativa em fóruns políticos, técnicos e comerciais abre portas para uma integração mais profunda nas cadeias de valor do Cone Sul.
Os próximos cinco anos farão a diferença. O Mercosul continuará com a lógica de um mercado expandido? Ou dará o salto para ajudar a internacionalizar as empresas da região?
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